FLORESTA VAZIA

A floresta está ficando vazia,

Não ouço mais o gorjeio do canário da terra,

O canto maravilhoso da cotovia,

O majestoso canto da graúna no sopé da serra.

Não vejo mais preás nem rabudos,

Não escuto mais o canto do sabiá laranjeira,

É rara a presença de sanhaços e bicudos,

Para se alimentar no alto da mangueira.

Não ouço mais o trinado dos periquitos,

Em lindas revoadas, cortando o infinito,

Até o bem te vi que anunciava o alvorecer,

Não canta mais com tanto padecer.

As aves de arribação sumiram com tanta perseguição,

Os pássaros da floresta desapareceram em extinção,

Não escuto mais os arroios da juriti em tardes de verão,

Até os beijas flor não nos trazem mais emoção.

Não escuto mais falar de gatos maracajás,

De onças suçuaranas em terras do Ceará,

Até a raposa sagaz, pouco vejo por cá,

O pobre do tamanduá sumiu, onde andará?