ÁUREA HORA
ÁUREA HORA
Obrigado manhã, quieta e calma
Saúdo-te vivo, refeito em despertar
Descansado o corpo, incansável a alma
Pronto novamente ao fardo carregar
Grato em demasia, te agradeço aurora
Já regojizado pelo teu aceite
Deste-me o sossego da inquieta hora
E, sem quem eu pedisse, o maior deleite
Ah prazer imenso, poder transbordar
O grito profundo deste interior
Que ousado ajunta como a imaginar
Este sangradouro suave e sem dor
Letras tortuosas que mágicas desfilam
Brotando da folha como a plantação
Que teimosa irrompe da cansada terra
Conferindo vida ao árido sertão
Licença solene, soberba natureza
Para um elogio poder te render
Sem afrontar poetas que com mais beleza
Entre assobios, te quiseram ter
Perdoem por fim o atrevimento
Do falso poeta que penoso insiste
Em falar de amor, dor e sofrimento
Na vã tentativa de não mais ser triste
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A seguir a valiosíssima contribuição do mestre Secundino que deveria chamar-se "Primoroso", pelo seu escrever majestoso .
__Poesia é exatamente isso, e poeta é esse ente quase sobrenatural que sempre saberá falar aos rochedos, dançar com os ventos, cantar com os pássaros, voar com as borboletas, namorar a lua, confundir-se com o luar, conversar com os buritis, contar as gotas da chuva e as estrelas do céu, brilhar como o sol, e naturalmente exaltar o amor à natureza e à vida...
( Henrique Secundino )