A ROSA E AS FLORES DO CAMPO
Desabrochara linda,
magestosa
uma bela rosa no jardim.
Ao lado, bem ao lado,
nascido a ermo,
um insignificante arbusto
cheio de flores do campo,
balançando-se ao vento,
encostando seus galhos na roseira.
E a rosa imponente dizia:
Não se encostem em mim suas ingratas
que sou rainha
e não me misturo com flores do mato.
Não vêem vocês
a insignificância de suas vidas?
Eu sim mereço povoar o mundo,
embelezando a vida, perfumando o ar...
E as flores quedaram-se
ante a beleza da rosa,
com ela concordando plenamente.
Mas eis que o sol apareceu,
impiedoso, ouviu a rosa
e quis dar-lhe uma lição.
Começou queimar-lhe as pétalas,
singelas, delicadas
que sucumbiram ao calor
e retorceram-se esturricadas.
A rosa pediu então às flores
que fizessem seus galhos cobrirem-na,
fazendo sombra,
para que não morresse
de tanto calor.
Em vão.
No final do dia, jazia murcha,
ressequida.
E as florzinhas, tão insignificantes
e despercebidas,
na sua simplicidade continuaram,
humildes
florindo o mundo
por muito tempo ainda!