Verão a Estação
Todos verão,
Na noite quente, abafada,
Daquelas bem suadas,
Água na mão.
A estação lotada, movimentada,
Saídas, partidas, chegadas,
Despedidas despidas pela emoção,
Molhadas, escapam-me suas mãos.
Na partida a alma geme ferida,
Lágrimas escorrem junto ao trilho do trem, que vem,
Antagônicos, trilhos paralelos que se vão, em cada vão,
Infinitamente separados, medidos, calculados, não voltarão.
Noite quente de verão,
Aceno para ti com a minha mão,
A saudade embargada, engasgada,
Embarcada em cada vagão.
Toca o apito, bate o peito, aflito,
Da composição que se vai e a que escrevi,
Hora danada, de quem não tem mais nada,
Como é triste o despedir.