NATUREZA IRMÃ
Meus irmãos, ó seres humanos!
Mesmo com vossos desenganos
Falarei com o ar que me resta
Coração das minhas florestas
Aos futuros próximos anos...
Vou falar do que precisar
Da terra, do mar e do ar
E de tudo que sou formada
E também do que deformada
Pelas mãos que devem amar...
Mas que ainda destruidoras
Das sementes e minhas folhas...
Minhas lâminas em nascentes
Formam rios que tão descrentes
Quase mortos vão sem escolhas...
Mas o quê! Não desanimeis
Eis aqui! Fim de vossos crimes!
Estarei agora para sempre
E farei que vós de mim lembreis
No amor que tudo redime...
E que vades assim... Ternamente
Ao plantar a minha semente
No descrente solo de então
Que levava no coração
Toda culpa de delinquente...
E no fim será um só lar
Para todos enfim respirar
O meu puro oxigênio...
E ao vosso último silêncio
Consciência se libertar...
Autor: André Pinheiro
21/10/2013