BORRASCA
Além da janela o vento assobiava
Folhas secas rodopiavam pela rua
A borrasca que já se anunciava
Punha no céu clarões, cobria a lua.
De puro medo, o coração se confrangia
Ao perceber em revolta a Natureza
E ao buscar escapar à agonia
Do medo, refugiou-se na beleza
Dos raios coruscantes, luminosos,
Riscando o céu, fugazes e velozes
E em seu brilho, solenes, majestosos,
Deixando um rastro de luz em sua trilha.
Profundas, tonitruantes vozes,
Grandiloquente espetáculo, maravilha!