RIO ZÊZERE
Das entranhas da Serra da Estrela, nasces cristalino,
Gelado e cheio de vida, corres lesto p'la serra abaixo,
Nas calendas da calmaria dos fraguedos e arvoredos,
Desbravas com determinação, teu agreste caminho.
Teu objectivo é chegares ao teu mar p'ra te libertares
Da terra, que por vezes te trata mal, contaminando
Tuas águas límpidas, inofensivas, que nas encostas,
Beijam o arvoredo, alimentam os animais e árvores.
Convives com a fauna e flora, em estreito diálogo,
És o esplendor da vida dos vales que tu banhas,
Parte da tua água se infiltra nas suas entranhas,
Dão vida às culturas que crescem e florescem.
Recebes no teu colo riachos, ribeiros e o rio Nabão,
Enches a barragem de Castelo do Bode e te juntas
Finalmente com o Rio Tejo, na vila de Constância,
Seguindo em lua de mel festejada, p'ro Atlântico.
Ruy Serrano, 17.08.2013