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Frio


Amanhece;
Como numa fotografia,
A vida coberta de neblina.
Sobre tudo, o frio pousado.

Pássaro quieto sobre o fio,
Que balança e solta, aos poucos,
Gotas de orvalho chorado.


Vem um raio de sol, cintila
Sobre as cores das asas do pássaro
Que do dom de voar, declina;
Medita sobre a paisagem.

Parece triste, o passarinho...
Seu canto destoa de tudo,
E as notas hesitantes
Modificam as imagens.

Antes, ficasse mudo.

Cutuca-lhe as asas
Mais um fio
De raio de sol.

E de repente, lá vai ele,
Asas abertas
Ao chamado 
Do vento e da vida...

Mas deixa cair uma pluma
Sobre o gramado.


 

 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 01/08/2013
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