Se como uma aranha eu fosse confiado a um sotão pelo resto dos meus dias, o mundo para mim seria imenso desde que estivessem comigo os meus pensamentos".
 
                               Henry David Thoreau
 
 
 
O poeta pescava seus versos
No luar
Seu pescado na lagoa solitária
E sua rúcula no velho roçado
Abandonado
 
Como não vivia das suas poesias
Tecia suas vestes de algodão
Pisava seu arroz selvagem no pilão
E plantava suas vagens nas margens
Do verde igarapé
Com coração
 
Aprendeu algumas canções
Com os pássaros
A dialogar com as borboletas
E a não temer os uivos
Dos lobos
Até se tornar um deles
 
Mas nunca conseguiu perder
Sua ocidentalidade
Sabia diferenciar um helicóptero
De uma libélula
E nunca esqueci aquele soneto
Shakespeariano
E a inalação do vapor da Estrada
De Ferro Madeira-Mamoré.
 
 
                    Luiz Alfredo - poeta
 
 
 
 
 
 
luiefmm
Enviado por luiefmm em 27/07/2013
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