OS FILHOS DAS ÁGUAS DO SOLIMÕES
A água é a mãe que sustenta,
A vida que nasce como flor
Alimenta a planta e o ser vivente,
É estrada por onde anda o pescador.
Na enchente, vem veloz e furiosa,
Derrubando ribanceiras, destruindo a plantação,
Afeta a vida do indígena e ribeirinho,
é um cíclo, que se renova a cada estação.
Na vazante o rio quase some.
A praia comeca a surgir,
A água, agora bem calminha,
Não tem forças para a roça destruir.
Nas margens de um rio em formação,
Vive um povo que a água fez nascer,
Em um parto de dor e emoção,
A VÁRZEA, o Kambeba escolheu pra viver.
Mas em um contato fatal,
Com um povo mais socializado,
Fez dos herdeiros das águas,
Um povo desaldeado,
Tomando seu solo sagrado,
Sem dor, piedade ou compaixão,
Os Kambeba foram escravisados,
Apresentados a “civilização”.
Exploraram a sua força,
Forjando uma falsa proteção.