Eu e a Brisa

Voltando da vida boêmia,

Passos desgovernados,

Mente absorta no veneno,

Estou suspenso no vazio;

Então você vem me acompanhar,

Tu que és a carícia da solidão,

O eco do grito da criação

Que sopra em suavidade nas matérias,

Sobretudo os rostos,

Que gostas tanto de beijar;

Você traz as minhas narinas

A radioatividade da explosão de perfumes

Da flora brasileira,

Imediatamente minha língua

Mescla seu doce com o amargo da solidão

E os meus olhos desenrolam

A cortina de vertigem do mundo

Para observar os olhos fixos

Da natureza em mim,

Vendo a dança das roupas

Que você rege em meu corpo

E tua infinidade leva minha

Existência ao resto do mundo,

Então me imagino sendo você,

Indo acalentar as folhas

De uma copa pelas mães e irmãos

Perdidos em uma tempestade,

Oscilo de temperaturas

Sem perder a suavidade,

Depois me absurdo de como danças

Serena na fumaça que é rude contigo

E me apaixono no teu acasalamento

Suave com a maresia;

Volto a mim quando chego em casa,

Me despeço de ti e me sinto

Cruel por lhe deixar na porta,

Pois só posso ir para cama com a solidão,

Ou com alguém que afogue meu fôlego

E aniquile todo meu ar.

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 17/07/2013
Reeditado em 23/07/2013
Código do texto: T4390974
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