FÚRIA DA NATUREZA
O chão trincado e em prece
Olhava para o céu a implorar
Que dos olhos de cada nuvem
Pudesse um pranto rolar...
A prece do chão foi ouvida
A água das nuvens desceu
Também dos meus olhos a tristeza
Em gotas de água escorreu!
Natureza caprichosa
Marcou a hora e o lugar
Para cumprir a profecia
De um lote de vacas levar.
Trovoada estourou no céu
Do relâmpago o clarão se deu
Um raio lambeu uma árvore
Faísca escorrendo desceu!
Em baixo dela estavam
Um grupo de vacas a esperar
Que no estrondo da má sorte
A morte as viesse saudar!
Vi minhas vacas deitadas
Faltou-me aceitação
Cena que guardo nos olhos
Quinze vacas mortas no chão.
Teias que tece o destino
Não há como desfazer
A fúria da natureza
Só cabe a Deus entender!