Ode à Natureza
A natureza é um poema…
É um cântico!
Surge o dia, as sombras correm…
Vão fugindo adormecidas,
Soltando queixas sentidas…!
Somem-se na imensidão…
Clara manhã…! Rutilante,
Ergue-se o sol no horizonte,
Dourando a várzea e o monte
Com sua luz d'esplendor!
"Mira-se a aurora à flor d'água…"
Desperta o orvalho brilhante,
No relvado verdejante,
Ao doce clarão do dia!
A brisa suspira mansa,
"Franjando as águas do rio…"
Zéfiro, c'um beijo frio,
Afaga as flores dengosas!
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A tarde chega tranquila,
Caminhando a passo lento!
Fulge o sol no firmamento,
Despedindo a doce aurora!
Cantam as aves mimosas
Na tarde tímida e amena,
U'a sinfonia serena,
Entre a verdura das árvores!
Na sonolência da tarde…
A luz do sol, em segredo,
Esvai-se pelo arvoredo
Num esplêndido cenário!
Ergue-se o áureo crepúsculo!
Pouco a pouco o sol recua.
Tão tímida, surge a lua!
Cresce uma sombra… Anoitece.
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Na noite branda e serena,
A Natureza se obumbra.
Em fantástica penumbra!
A lua surge sutil…
Reina a harmonia na noite…!
Os silfos ninam a brisa…
C'uma suave cantiga
D'amor, compassiva e terna!
A brisa etérea adormece
No seio da noite calma,
E faz flutuar minh'alma
Nos versos de inspiração…!
Sob a luz dos vagalumes,
As ninfas dormem sorrindo
E "as falenas vão surgindo
Da calma dos seus casulos"!
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Sagro a lira harmoniosa
Em louvor à natureza;
Adornando-a de beleza,
Nos versos da poesia…