Ao pássaro
Ao pássaro, o vento,
O abismo aonde jogar-se
Sem medo, sem tempo,
Sem receios...
Só sabe que é de voar,
Sente as penas eriçadas
Ansiando pelo espaço...
Coração quente e pulsante,
Pequenino coração
Onde cabe todo o céu!
E ele estica o pescoço,
Pousado no alto galho,
Olha o horizonte, as cores,
Puxa um canto, traz pra fora...
-É agora! Abre as asas,
E sem hesitar, se lança...
Nem sabe onde vai pousar,
Segue o marulho do mar,
Segue o grito das gaivotas,
O por de um sol já cansado,
Segue o brilho do luar,
Que surge por entre as nuvens...
Um dia, ele vai pousar.
Eu o sigo com os olhos,
A alma anseia ir com ele...
-Será que ele vai voltar?