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Um Rio


Por mais que agitadas as margens,
Por mais que guerras e mortes,
Um rio segue sereno,
E deságua numa fonte
Sem jamais reter suas águas.

É assim que tem que ser,
É assim que deve ser:
Enquanto o rio só passa,
Sereno, e segue seu curso,
Na terra, morrem os vermes
Pela sede de uma água
Da qual, jamais beberão.

Segue o rio, e a correnteza
Promove fertilidade,
Mata a sede das cidades,
Fertilizando colheitas.
Bebem dele os abutres,
Assim como os passarinhos,
Pois o rio não escolhe
A quem doar suas águas.

É assim que tem que ser,
É assim que deve ser,
E é assim que será,
Até o final dos dias,
Enquanto o rio correr.


 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 24/06/2013
Reeditado em 08/04/2015
Código do texto: T4356015
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