Um Sabiá
Paradinho no chão,
No meio da grama,
Junto ao pé de laranja,
O sabiá sonha.
Seus olhinhos de alfinete
Estão ausentes,
O coração minúsculo
Protegido do frio
Entre penugens eriçadas.
A brisa ergue algumas penas
Junto às asas,
Mas ele não quer voar,
Ainda não...
O sabiá está parado,
Em contemplação,
A meditar.
Eu o olho, da janela,
Atrás do vidro,
Enquanto também medito,
Buscando sentidos
E esperando a brisa soprar
Sob as minhas asas paradas...
Temos muito em comum, sabiá,
Pois tu pensas que sabes,
Mas não sabes nada...