FLORES AMARELAS

Em meio há tantos contrastes,
Estavam elas a bailar com o vento,
Numa paisagem desprovida de beleza,
Lá estavam elas dignas, de uma transposição,
Para um quadro do pintor,
Não de qualquer pintor,
Mas daquele que ao segurar o pincel,
Permitisse fluir,
A beleza inimaginável da criação,
Elas bailavam iguais
Donzelas  cheias de viço,
A balançarem os cabelos cor de pérola,
A musica soava tão sutilmente,
Quase imperceptível aos ouvidos
mais sensíveis, os humanos,
Que seguiam rápidos na sua pressa incontida,
Era incapazes de apreciar,
Tão nobre espetáculo, o mais adorável,
Das ultimas horas, na cópula de uma árvore,
Com raízes fincadas num barranco,
O amarelo fulgurava reluzente,
Como ouro maciço nas suas flores,
Outras árvores menores pareciam,
Curvam-se á majestade daquela cena,
Que poderia fazer parte,
Do teatro dramático de Shakespeare,
Ou quem sabe imortalizadas
Na obra de Da Vinci,
Talvez, se destinavam as reflexões,
De Sócrates ou Platão,
Trago-as para mais perto,
Aquelas flores poderiam enfeitar a mesa,
DA minha sala de jantar mas,
Não teriam tanta beleza, o vento,
Não dançaria com elas,
Nem eu poderia aprecia-las,
Do ponto de vista da beleza natural,
Escorreguei o corpo e sentei-me no chão,
A cabeça entre as mãos , parecia dormir,
Por breves instantes,
Não lembro ao certo de quem era a voz,
Nem de quem era o poema, apenas na minha mente,
Alguém recitava uma poesia,
embalava meu sono, quando acordei de sobressalto,
Vi o mesmo espetáculo,
As flores amarelas,
Se agitam, comparadas a beleza de Afrodite,
A força de Hercules,
Pareciam que se misturavam,
Num grande espasmo da minha imaginação.



Polly hundson