PSICODÉLICOS VAGALUMES II

PSICODÉLICOS VAGALUMES II

Ao acaso dormem os pirilampos

E eles lá de cima fazem sombra

Deixam saudades os insetos psicodélicos

Nenhum vivente os renega

Na madrugada

No céu o sol anda

Pelas ruas o homem descalço também

ninguém habita seu amanhã

prosseguem os pirilampos confiantes

No espaço sideral

Entre o som do violino e do alaúde

Dizem-se versos de poesias

Ouve-se estrofes em prosas

Eles existem para estes fins

Na festa

Voam de árvore em árvore

Da flor de lótus para o lírio

Da terra para a água

Do pensamento para o coração

Na vida

Vê-se uma araponga molhada

Parece que tira a roupa

E cobre-se com o orvalho

Inimigos umas vezes; outras não

Nenhum se contenta, em minha mão

Na campina

As mulheres habitam os lares

O verbo no imperfeito ronda as conversas

Ontem era amante, hoje é amada

E eles reluzem na escuridão

No prostíbulo

Rasgaram suas entranhas

Descobriram suas asas

E a morte passou perto

No túmulo

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 02/05/2013
Código do texto: T4270052
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