PSICODÉLICOS VAGALUMES II
PSICODÉLICOS VAGALUMES II
Ao acaso dormem os pirilampos
E eles lá de cima fazem sombra
Deixam saudades os insetos psicodélicos
Nenhum vivente os renega
Na madrugada
No céu o sol anda
Pelas ruas o homem descalço também
ninguém habita seu amanhã
prosseguem os pirilampos confiantes
No espaço sideral
Entre o som do violino e do alaúde
Dizem-se versos de poesias
Ouve-se estrofes em prosas
Eles existem para estes fins
Na festa
Voam de árvore em árvore
Da flor de lótus para o lírio
Da terra para a água
Do pensamento para o coração
Na vida
Vê-se uma araponga molhada
Parece que tira a roupa
E cobre-se com o orvalho
Inimigos umas vezes; outras não
Nenhum se contenta, em minha mão
Na campina
As mulheres habitam os lares
O verbo no imperfeito ronda as conversas
Ontem era amante, hoje é amada
E eles reluzem na escuridão
No prostíbulo
Rasgaram suas entranhas
Descobriram suas asas
E a morte passou perto
No túmulo