PSICODÉLICOS VAGALUMES I
PSICODÉLICOS VAGALUMES I
À noite os vagalumes voam
sobre as verdes sebes
De repente só um, solitário
Na noite
Sua luminescência brilha feito ouro
Como minarete no leito da eternidade
São dois olhos amendoados
No palácio
No seu voejar bordam sem agulhas
Cortam a neblina estes psicodélicos
Desviam da fumaça
Abraçam o grão de trigo
Na seara
Vejo-os na sua dança
minha língua anseia por falar
dizer das suas piruetas
como gingado de mulher
Na cama
Galopam feitos cavalos árabes
Desenham nomes em vários idiomas
Pousam com leveza nas plantas
No cerrado
Agora são ignorantes da sua beleza
Amanhã serão alimentos das perdizes
Desde o primórdio dos tempos
Assim será por toda eternidade
Na natureza
Jamais precisam dos poetas
ou necessitam de inspiração
Conta tudo sobre o mundo
na métrica e na rima
No poema