PSICODÉLICOS VAGALUMES I

PSICODÉLICOS VAGALUMES I

À noite os vagalumes voam

sobre as verdes sebes

De repente só um, solitário

Na noite

Sua luminescência brilha feito ouro

Como minarete no leito da eternidade

São dois olhos amendoados

No palácio

No seu voejar bordam sem agulhas

Cortam a neblina estes psicodélicos

Desviam da fumaça

Abraçam o grão de trigo

Na seara

Vejo-os na sua dança

minha língua anseia por falar

dizer das suas piruetas

como gingado de mulher

Na cama

Galopam feitos cavalos árabes

Desenham nomes em vários idiomas

Pousam com leveza nas plantas

No cerrado

Agora são ignorantes da sua beleza

Amanhã serão alimentos das perdizes

Desde o primórdio dos tempos

Assim será por toda eternidade

Na natureza

Jamais precisam dos poetas

ou necessitam de inspiração

Conta tudo sobre o mundo

na métrica e na rima

No poema

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 30/04/2013
Código do texto: T4266581
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