SEMPRE OS IPÊS!
No meu caminho, hoje os vi.
Os ipês rosa exalam sua verdade.
Na secura da estação, no frio,
No tempo de corpos encolhidos,
Eis que exibem sua LIBERDADE!
Vão se despindo do verde que aquece, protege,
E se revestindo do rosa suave que extasia, que cativa!
Na ponta dos galhos desnudos,
Florinhas miúdas se abrem e se juntam
E se oferecem em forma de buquês
Aos que transitam, às vezes apressados,
Mas que têm tempo de olhar para o alto e para os lados...
Como é bom ter tempo e sensibilidade
De olhar, de sentir os mistérios da vida
Mesmo acionados por pés e passos que caminham apressados!
Também esse é o mistério que nos faz únicos.
Cada um, na sua individualidade,
Enxerga o mundo como pode, como quer.
E é pena que tantas belezas às vezes são despercebidas!
O belo é o dispositivo que ativa a sensibilidade
E torna a vida muito mais atraente!
E faz o mundo melhor.
E faz Deus - o Artífice do Universo -
Ser louvado e glorificado.
Benditos ipês, sementes das mãos divinas,
Que nasceram no meu caminho
E me fazem ver e ser assim.