POR QUÊ?
Ouço o pio das trocais pelo caminho.
Mas seu pio mais parece um lamento.
Aos meus ouvidos ele chega como o som
DA voz de um ser que se coloca sempre atento.
No inverno, quando as árvores perdem as folhas,
E abrigo vira coisa tão difícil,
Como ficam os pobres dos passarinhos?
Como resolvem o problema com seus ninhos?
É gritante a diferença de respostas:
Não gritam, não agridem, não se matam.
Por que também o homem assim não faz,
Quando a humanidade suplica pela paz?!
Querendo ser maior que o Criador,
Faz a guerra, a injustiça, a opressão.
Da ganância faz sua arma assassina.
E a frieza vira força que elimina!
É preciso que o homem se retrate;
Que renove o coração e a bondade.
Que se entregue como barro ao Criador.
Só assim extinguirá da terra a dor.
E o pio das trocais aos meus ouvidos
Não pareça grito, choro ou lamento.
Seja mostra de puro contentamento
Na voz de um ser que se coloca sempre atento.