GÉIA
Géia!
Terra dos Homens,
que afirmam amar-te,
apesar de, dia após dia,
ferirem-te.
Terra de pássaros e rios,
de montanhas e vales,
orvalho e luar;
de arroios reluzentes de sol,
talvegues verdejantes,
elefantes, tamanduás...
Colho avencas,
toco o pelo dourado do gato do mato.
Saudade de ti, Minha Mãe!
Natureza distante
daqueles que vivem nas metrópoles
e desumanizam-se.
Torna-nos outra vez Humanos.
Carentes estamos
de caminhar em bosques.
Faze com que nos esqueçamos
do rude ruído das serras,
faze com que nos esqueçamos
das queimadas cruéis dos campos
e dos gazes letais.
Se usares tua força contra nós,
nos destróis em um só momento.
Não teremos, então,
tempo para arrependimentos.