Anoitecer
Manto pesado que cobre o horizonte
Luzes piscando em formas escuras
Prantos de sono, cansaço, apatia
Sonhos levados, Hermes a Caronte,
Saúdam o partir da luz fugidia
Lamentam a cegueira que o escuro atura.
Nada mais resta do ex-dia findo
Caso encerra o exibir das flores
Sussurros ocultos, na velada mata
Lampejos de olhos ativos sumindo
Tempo reduz, velocidade achata
Não visto rico em matizes e cores.
Névoa levanta a lembrança do frio
Prata deslumbra no nascer da Lua
Brisa aviva os galhos no alto
Acende esperança em chama e brio
Que o dia retorne e cresça num salto
E o manto ceda ao brilho da manhã sua.