ÁGUAS DE JANEIRO II
O dia amanheceu tão claro
Parecia chegar o estio
As aves passaram a cantar,
Mas logo ficou sombrio,
O dia ficou sem amparo
Lá fora pô-se a ventar
E a rua tornou-se um rio.
Escorria pela ladeira
Uma água esbravecida
Que arrastara pedra e pau,
A chuva que trazia a vida
Agora é traiçoeira
Aliada ao ventadal
Deixa a terra perdida.
Rezo por bons ventos,
Também pela chuva boa,
O mundo precisa dela,
Talvez uma fina garoa
E não esses turbulentos
Nem a vil procela
Que a ninguém perdoa.
(YEHORAM)