Um misturado

Sobrevoando Santarém, 30 de janeiro de 2013.

Silvia toma um sorvete

De graviola

Chica serve o banquete

Às treze horas

Laura vê o lembrete

Que apita agora

Carla vê seu batente

Final demora

O que une Silvia, Chica, Laura e Carla?

Se uma compra, outra colhe e embala

Uma anota a carga, a caneta erra

Outra pensa as contas, o pé bem na Terra

Mateus espera a fila

Movimentar

Zeca um palhaço imita

Para assoprar

Dilson seu carro à Rita

Envenenar

Neto um cigarro fica

Para tragar

O que junta Mateus, Dilson, Zeca e Neto?

Se um inspira, outro câncer descoberto

Um fumaça preta que nos seja má

Outro solta balão que some no Ar

Tito ensaboa o carro

Hoje tem festa

Dulce no rio um saco

Lixo que resta

Tula bebe só barro

Pouco que presta

Marco levanta fraco

Verme empesta

O que iguala Tula, Marco, Dulce e Tito?

Se uma sofre, outra indiferente o rito

Um reclama certo, de sua fonte a mágoa

Outro nem aí pra ele, desperdiça Água

Tudo misturado

A chuva e Seu Ricardo

Não há como evitar

A onça, a Márcia e o ingá

Bina lê uma fofoca

Rico senhor

Tonho o boi enforca

Pro matador

Rony registra a rota

Foco calor

Lu se abana e nota

Um suador

O que liga Tonho, Rony, Lu e Bina?

Se um estuda, outra nem sequer imagina

Que o senhor desmata, impune o delito

O Fogo queimou, “mas eu do fato omito”.

Rebeca e Clarinha

Eu deixo a ararinha?

Luquinha e Vicente

O cedro, cachoeira e gente?