IPÊS - CANTO VII
Ipê, meu ipê,
finalmente você veio!
Agosto chegou
trazendo a monotonia nas cores,
espalhando a aridez da estação...
E você, na sua fidelidade,
veio mudar, iluminar, reverberar...
Você, na sua fidelidade,
veio mostrar o poder do Criador
e trazer-me desta vez
uma mensagem diferente:
de força, de perseverança, de coragem...
Acostumada a admirá-lo sempre
nas grandes copas radiantes de luz,
hoje, observei-o nos frágeis raminhos
à beira dos caminhos
por onde passei!
Também nos raminhos beira-chão
você ostenta a mesma cor
a mesma flor
a mesma magia dourada!
Então, refletindo, comprovei a sua força:
o que importa não é ser copa imponente;
o importante é ser ipê!
Pude quase que invejar sua perseverança:
o que importa não é a aridez da estação;
o importante é estar de volta a cada ano!
Almejei para mim sua coragem:
o que importa não é ter o tronco ferido pelas queimadas;
o importante é provar, com flores,
que a vida continua,
que o Criador ainda acredita na humanidade!