Um poema sem calor
Há tempos perdestes o calor!
Teu coração está frio, friorento friento!
Privaram-te o calor;
que por natureza, não o tens.
Eis “friento”!
Quem comunica o frio ou dele não preserva?
Quem provoca arrepio, calafrio, sensação de frio?
Quem é arrepiante?
Sua face sempre foi inexpressiva,
desinteressante, desengraçada, sensabor,
insípida, isenta de paixão, insensível,
indiferente, impassível, desumana,
cruel, rude e seca.
Para os cientistas:
material em que há pouca radioatividade.
Para os banqueiros:
falso, ou sem fundo.
Para os baianos:
sem pimenta, friíssimo!
E por fim, tu não passas de “frio”!