"A Árvore Que Chovia Flores"
Incansável, eu descreveria, e constante
Era assim a árvore que chovia flores.
Corolas alvas e serenas flutuavam ao encontro do solo
E formavam um balé cândido e singelo
Rodopiando até chegar ao seu destino.
Não, não era cena de suicídio
Elas não aparentavam desespero.
O vento é que as lançavam ao longe
E sem nenhuma comiseração elas caiam
Felizes... lisonjeando seu público
Que assistia aquele espetáculo, estupefatos
Obturando-se qualquer reação adversa ao evento.
Encanta-me a simplicidade
E talvez os discursos, as discussões, os solilóquios,
Por diversos momentos tenham perdido a minha atenção.
Eu observava, embevecido, a cena, ao "anti-tripudismo"...
Nunca antes o silêncio me gritou tanto aos olhos!
Saibam que ainda existem lugares que desafiam a ciência...
Que nutrem os poetas...
Que embebedam os artistas...
Com árvores que chovem flores.