A CHUVA

A CHUVA

Assim que a chuva vem eu me lembro de você

Abrindo os olhos e viajando por entre a finura da cortina

Vou no clarão da luz do relâmpago que me faz tremer

Parece um grito ecoando e se espalhando por sobre as colinas

Os cavalos cavalgam distantes quase lá no pé do morro

E parecem disputar com os vagões do trem que solta muita fumaça

Os laranjais bem que precisavam sim de muita água caindo do céu

Fecho os olhos que o sono quer me pegar

E você foge de mim como a locomotiva dizendo adeus

Faço força para manter-me acordado

Mas a mistura de todas as cenas tornam-me leve e solto

Acabo dormindo e sonho contigo

Correndo por entre as árvores

Seu cabelo esvoaça

Seu riso reluz

Se estivesse sol eu estaria sem este sonho tolo

E não teria escrito este poema insípido

Inodoro e incolor

Agitaria a rua e olharia as pernas

Os inúmeros braços e bocas nos bares

Nas bibliotecas

Comeria olhos

Mergulharia

Em cada gota de chuva

E ao chão me deixaria levar

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 09/01/2013
Reeditado em 06/04/2013
Código do texto: T4075829
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