Soneto do ano vindouro
É tão instável, fútil, passageiro,
Esse contar de janeiro a janeiro!
Enfadonho e tosco anuário,
Mero devaneio de calendário.
Vamos sonhar de modo aleatório
Neste romper de ano ilusório
Como se a vida fosse estatutária,
Fora da ordem e lógica planetária.
Doce ilusão de controlar a vida,
Dias contados, meta aferida
Nessa quimera do tempo e do espaço.
Essa ideia de continuidade
É que organiza minha identidade
No espaço temporal que traço.
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