Soneto do ano vindouro

É tão instável, fútil, passageiro,

Esse contar de janeiro a janeiro!

Enfadonho e tosco anuário,

Mero devaneio de calendário.

Vamos sonhar de modo aleatório

Neste romper de ano ilusório

Como se a vida fosse estatutária,

Fora da ordem e lógica planetária.

Doce ilusão de controlar a vida,

Dias contados, meta aferida

Nessa quimera do tempo e do espaço.

Essa ideia de continuidade

É que organiza minha identidade

No espaço temporal que traço.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 29/12/2012
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