DOCE RIO DE MINHA ALDEIA

DOCE RIO DE MINHA ALDEIA

Feliz mesmo, é estar de volta à beira rio,

Sentir o aroma da relva orvalhada, em núpcia.

Nada mais terno, sublime, prazeroso...

Avistar-se com o folguedo das águas,

Que deliciam o banhar das almas juvenis.

Lenda viva desta terra, acalanto de sonhos.

Solene, navegou e assistiu nossa história.

Aos vindos da ribeira o rio reflete mais...

Muito mais que mares e oceanos.

Doce artéria, dádiva e candura do divino ser.

Leva a calda preciosa que aduba o solo,

Contornando os palmeirais do vale,

Onde as fendas da ribeira cede o seio.

Nutre nossa gente, abrandando a sede

De arenosas vazantes sob cuxazais.

O rio não cobra recompensa por usá-lo.

Fatigado, reboca a vida sem lamentar a sorte.

Sereno a espraiar-se, o venerável rio,

Serpenteia o verde manto das campinas

E segue vagueando na eternidade incerta.

Oh! sagrado Mearim, não o indago nem o incomodo.

Mergulhando em mim, mesmo, é que contemplo

O vigor do teu ser e a ternura de tuas águas.

És meu querer, tens minha reverência infinda.

Josafá Bonfim, poeta, cronista e autor literário.

josafá bonfim
Enviado por josafá bonfim em 15/12/2012
Reeditado em 10/02/2014
Código do texto: T4036489
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