E O VENTO LEVOU...
Frente aos meus olhos desliza
A planície corrente
Que vai e que vai...
Vai encontrar o horizonte
Onde cerra a cortina
E do alcance me sai!
Mas, no que os olhos alcançam
Há tanta beleza
Pairando no ar,
Que me cativa os sentidos
E rendo-me inteira
Ao espetacular!
Erguem-se ipês imponentes
Bordados de cores
Num matiz irreal!...
Brancos, roxos, amarelos
Explodem fantásticos
Num grã-festival!
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Fecha-se o céu de repente,
E um vento inclemente
Se põe a soprar!
E pelo ar, uivante,
Arrasrta as florinhas
Sem querer parar!...
Ouço o lamento dos troncos
Que, despovoados
Dos seus coloridos,
Soluçam mágoas ao vento
Pedindo clemência
Em grandes gemidos!
E segue o vento uivante
Zombando dos troncos,
Desnudos altares;
Vai levando e derramando
Pinguinhos de cores
Tingindo os ares!...