MIRAGEM REAL
Na ociosa verdura descampada,
Onde reina, infinitamente, a paz,
Ergue-se aos olhos extasiados de quem passa
A rústica e tímida morada.
Aqui... ali... acolá...
São os coqueiros de palmas tremulantes
Que se elevam aos céus,
De mãos postas,
A agradecer a doce tranquilidade!
Também uma solitária e soberana árvore copada,
Que filtra o azul do infinito
Por entre suas folhas brincalhonas,
Oferece às aves gorjeantes
Alvissareiros ninhos de amor!
E lá,mais adiante,
Percebe-se o arroio sussurrante,
Que fica escondido,
Mas que passa o tempo
A brincar... a cantar... a rolar...
Ali, a poluição que existe é sonora
E é causada pelo gorjeio dos pássaros,
Pelo tremular das folhas,
Pelo ulular do vento...
Ali, a ganância que existe
é das orquídeas que, preguiçosas,
E deslumbrantemente belas,
Enroscam-se nos troncos
Que, de braços abertos, as acolhem!
Ali, o contraste com o mundo lá longe é gritante!
E para o viajor exausto da jornada,
Que bem faz essa visão tão linda e colorida,
Tão calma e tão amiga!
E ele sente suas forças renovarem,
O cansaço do caminho exaurir-se,
E segue, rejuvenecido, para a vida que o espera!