TERRA PARIDA
Terra parida de novos brotos
D'areia varrida, rebentos rotos.
Em tenras gemas, o sol anima
São novos temas, de outras rimas.
Crescem filetes, rumo aos céus
Tintos de verdes, vestem seus véus.
Perde o cinzento: caldo de fel
Jaz o portento, deitado ao léu
O tom se estende, fímbria de cores
Crescem, sedentos, novos odores
Doces a acres, mornos pastéis
Perdem os lacres, dançam cinzéis
Um novo mundo, se faz brilhar
Cala no fundo, vem a raiar
A nova vida, graça e benção
Gérmen, florida, viva elação
A terra amanha, ao seu talante
Vale, montanha, vibra, arfante
Vida, reviva! Siga adiante!
Maria da Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.
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