Morte da chuva
 
 
A chuva desmaiando limpa e suave
Sobre a tarde de novembro, sem alento.
Em minha solidão de poeta... grave
Minh'alma fustigada em um sofrer lento.
 
A chuva caindo... escura e forte
 
Nuvens densas espumando o céu infinito
Escondendo a beleza de um azul passado
Sentindo na pele o vendaval... granito
A derrubar por terra meu corpo alado.
 
A chuva torrencial... eu sem sorte
 
Quero voar ao sol de primavera
Expandir as asas em total delírio
Espraiar sobre a terra quente... quisera
Não sentindo da chuva feroz o martírio.
 
A chuva amena agora... que corte
 
Posso de novo mergulhar no espaço
Feliz, arrojada, sutil, branda e mansa.
A sós comigo em enlaçar alado
Mergulhando enfim, em delicada dança.
 
A chuva calou-se... que porte
 
Escondendo-se para fazer-me amena
Volto a voejar esplêndida, alegria plena.
Ela se foi para a terra... pobre pequena.
A sós comigo, volto a sentir a açucena.
 
Gosto do sol, do brilho da luz.
O dia claro a felicidade conduz
A chuva? Não mais a vi
Morreu assim...
Entre as flores de meu jardim
sandra canassa
Enviado por sandra canassa em 08/11/2012
Reeditado em 08/11/2019
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