Cavidades

CAVIDADES

Muitos são os orifícios,

Distintos vazios a ecoar,

Refletem minha ânsia, pasma,

Destino de nada servirá.

Não contente, nada preenche,

minha carência, insatisfeita, lânguida,

só cresce, o desejo impetuoso,

que anula, minha vontade.

Que raiva, que tormento,

Cavidades só aumentam,

Redemoinhos me jogam,

em teus braços novamente.

Quero mais, quero mais,

não saciei o suficiente,

quanto mais me atropelo,

meus anseios, gritam, te quero...

Jogo, danço, durmo,

trabalho, vagueio, curto,

faço sexo, me alimento,

e continuo vazio, vazio...

Lacuna, te criei sem boca e sem fundo,

já destes a volta ao mundo,

e nem por um pequeno segundo,

ficas saciado vagabundo.

Sou desejo, sou trevas,

sou de barro, sou tigela,

a mais bela das donzelas,

sempre a procura dela.

Do fundo comecei,

ao fundo já desci,

não faz diferença,

apenas adormeci.

tuka bella
Enviado por tuka bella em 15/10/2012
Reeditado em 13/03/2014
Código do texto: T3934480
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