O MENOR ABANDONADO
È muito triste o viver
Do menor abandonado
Que é marginalizado
No seio da sociedade.
Que tem o dever, na verdade
De ampará-lo e instruí-lo
E não o de destruí-lo
No florescer da idade
É tão triste de relatar
Esta dura realidade
Pois no centro da cidade
Poucos prestam atenção
Nas crianças que, com as mãos
Reviram latas de lixo
Disputando com os bichos
Uma migalha de pão
Pobres crianças famintas
Que perambulam nas ruas
Corpo sujo, semi-nuas
Esquecidas pelos pais
Desprezadas pelos demais
Que sequer prestam atenção
Fazem a calçada de colchão
E a coberta de jornais
Só quem passou pra saber
Do abandonado o sofrimento
Ou que tem o pensamento
No seu devido lugar
Para parar, e analisar
Este problema do mundo
Mergulhar nele até o fundo
E fazer tudo pra ajudar
Que todos somos iguais
Eu sempre acreditei nisso
E não vou ficar omisso
Vendo o menino, e a menina
Penar de esquina, em esquina.
Vivendo junto da gente
Mas em um mundo diferente
Que luz nenhuma ilumina.
Enquanto bilhões são gastos
Pra ir e voltar da lua
Há milhões de seres nas ruas
Em desamparo total
E pra vergonha geral
São gastos em armamentos
O que em remédios e alimentos
Diminuiria este mal.
Por isso eu faço este apelo
Pra que os órgãos competentes
Tomem medidas urgentes
Para aplacar tanta dor
E não esqueça, doutor
Que esta criança abandonada
Que vaga pelas calçadas
Podia ser o senhor