O MENOR ABANDONADO

È muito triste o viver

Do menor abandonado

Que é marginalizado

No seio da sociedade.

Que tem o dever, na verdade

De ampará-lo e instruí-lo

E não o de destruí-lo

No florescer da idade

É tão triste de relatar

Esta dura realidade

Pois no centro da cidade

Poucos prestam atenção

Nas crianças que, com as mãos

Reviram latas de lixo

Disputando com os bichos

Uma migalha de pão

Pobres crianças famintas

Que perambulam nas ruas

Corpo sujo, semi-nuas

Esquecidas pelos pais

Desprezadas pelos demais

Que sequer prestam atenção

Fazem a calçada de colchão

E a coberta de jornais

Só quem passou pra saber

Do abandonado o sofrimento

Ou que tem o pensamento

No seu devido lugar

Para parar, e analisar

Este problema do mundo

Mergulhar nele até o fundo

E fazer tudo pra ajudar

Que todos somos iguais

Eu sempre acreditei nisso

E não vou ficar omisso

Vendo o menino, e a menina

Penar de esquina, em esquina.

Vivendo junto da gente

Mas em um mundo diferente

Que luz nenhuma ilumina.

Enquanto bilhões são gastos

Pra ir e voltar da lua

Há milhões de seres nas ruas

Em desamparo total

E pra vergonha geral

São gastos em armamentos

O que em remédios e alimentos

Diminuiria este mal.

Por isso eu faço este apelo

Pra que os órgãos competentes

Tomem medidas urgentes

Para aplacar tanta dor

E não esqueça, doutor

Que esta criança abandonada

Que vaga pelas calçadas

Podia ser o senhor

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 13/10/2012
Código do texto: T3930729
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