Destino de uma rosa
O vento soprou muito forte,
Linda rosa despencou de seu galho
E foi arrastada pela correnteza aérea,
Tropeçando aqui... Tropeçando acolá!
Suas pétalas iam ficando pelo caminho
Enfeitando a passarela de uma poeira nevoenta
Que carregava consigo os miasmas do tempo...
E a rosa tropeçava... Tropeçava e chorava
Inundando as horas dum orvalhar de lágrimas
Que provocava na natureza uma compaixão desmedida
Atenuada pela luz do sol que secava as mazelas...
E a rosa ainda tropeçava... Tropeçava e gritava,
Suplicava à brisa que a deixasse em paz,
Mas os minutos corriam céleres, apressados
E a flor se desfez, a haste ficara careca...
Já não havia pétalas e seu perfume fora inoculado
Pelos desvairados segundos de um relógio sem ponteiros...