VOLTA DA SABIÁ

Quintal andava vazio

Largado, em frangalho

Restava ninho no galho

Enfeite, penduricalho

No velho limoeiro

Faltava o assovio

Alerta alvissareiro

De uma ave no cio

Repentino espalhafato

Dentre flores e mato

Vôo de flecha se dispara

Esbarra na taquara

Assustado coração

Saltita sobre o muro

Arisca, distrai atenção

Olhar no porto seguro

Percebo que a jeitosa,

Paciente e caprichosa

Refez cada pedacinho

De gravetinhos uma casa

O espacinho macio

Onde o calor de sua asa

Fez brotar novos cantares

Único, par e trio

Que se foram pelos ares

Volta da sabiá de outrora

Em visita ao meu pedido?

Será um daqueles filhotes

No mesmo ninho nascido?

Ah! Importa é que agora

Vê-la ciscando o jardim

É como se o tempo voltasse

Uma esperança renasce

Ela ali olhando para mim

Parece fazendo fricotes

Assovio a dizer-lhe, enfim

Bem vindos novos mascotes...

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 15/09/2012
Reeditado em 30/09/2012
Código do texto: T3882821
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