O RIO
O RIO
Nasci de um olho d'água
Ou de uma mina,
Ou de uma nascente,
Andei por entre pedras,
Fui de serra abaixo,
Escavei os chãos,
Recebi outros irmãos,
Fui crescendo
Minha alma foi sofrendo,
E sempre aumentando,
De uma água bem limpa,
Foi ficando barrenta,
Dobrei serras e outeiros,
Encontrei mais companheiros
E sempre indo pra frente,
Não respeitava ninguém,
Fosse animal, fosse gente,
Então caí num escoadouro,
Nem de prata, nem de ouro.
Um rio morreu,