O RIO

O RIO

Nasci de um olho d'água

Ou de uma mina,

Ou de uma nascente,

Andei por entre pedras,

Fui de serra abaixo,

Escavei os chãos,

Recebi outros irmãos,

Fui crescendo

Minha alma foi sofrendo,

E sempre aumentando,

De uma água bem limpa,

Foi ficando barrenta,

Dobrei serras e outeiros,

Encontrei mais companheiros

E sempre indo pra frente,

Não respeitava ninguém,

Fosse animal, fosse gente,

Então caí num escoadouro,

Nem de prata, nem de ouro.

Um rio morreu,

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 06/09/2012
Reeditado em 31/01/2013
Código do texto: T3869093
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