Um presente ímpar...

Há quanto tempo não viajo...

Que não vejo as campinas verdejantes

Ou os vastos pastos dourados

Sem dizer aquela vegetação toda ramada

O cheiro de mato proveniente das colheitas

Há tempos não vislumbro arvores frondosas

Com sombras perfeitas

Onde podia sentir a brisa tocar minha pele

E ser carregada por ela a até seu mundo

Como me lembro do tempo de infância

Que sentava nas cercas brancas

Ou ia até os estábulos...

E dali observava os lindos corcéis... Com suas coroas

Todos imponentes fortes e robustos

Eu passava horas encantada

Olhos brilhantes sem dar conta do tempo

Andava pra lá e pra cá visitava os espelhos d’água

Só pra ver os reflexos das nuvens sobre a lâmina de água

E assim poder adivinhar suas formas

E quando já cansada... Ressonava

Deitada em uma rede na varanda

Eu era embalada pelo canto do sabiá

A canção de ninar mais aconchegante que podia ouvir

Mas... A hora mais aguardada era à noite

Quando nos reuníamos à beira de uma fogueira

E ali ouvíamos e contávamos muitas historias antigas

E já tarde da noite apenas com os vestígios da brasa

Ainda relutante e tentando manter-se acesa

Contemplávamos as estrelas

E assim descobríamos um pouco sobre seus mistérios

E sobre o luar adormecíamos

Tendo como nossa cama apenas a grama rala

Que entrelaçada caminhava junto à estrada

Que saudade sinto daqueles dias

Onde o cheiro da terra molhada impregnava as narinas

E o aroma doce do café vinha nos acordar no quarto

Lembranças boas de infância

Que mesmo hoje depois de anos

Ainda estão intactas em minha mente

Faz tempo que não viajo pelos riachos

E não vejo mais suas carpas tão presentes

Ele que vinha modelado e com sua fisionomia serena

Que nos arremetia ao silencio da alma

A decifrar as incógnitas do coração

Falando dos riachos lembrei-me das cachoeiras

As cachoeiras... Com seus lindos véus e suas cascatas

Totalmente fora do mundo real

Um cenário para encher os olhos e inebriar

Ah! A natureza tão majestosa

Que me presenteou com sua beleza

Faz tempo que não viajo sobre ela...

Bruxinha Faceira
Enviado por Bruxinha Faceira em 23/08/2012
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