... antes da P R I M A V E R A
Desgosto de Agosto...
Núvens que passam,
Chuvas que não caem.
Árvores desfolhadas...
Folhas ao vento,
Secas,
Decepadas!!!
Vegetações ressecadas!...
Galhos tortos.
Verde ?...
Um acinzentado quase morto...
Apagado.
Ar insalubre,
Vista embaçada...
Imágens lúgubres...
Pouco se vê,
Nem se distingue...
Quase nada!
Fumaças,
Fuligem,
Queimadas!!!
Chão ressequido,
Frinchado!
Pedras nuas nos leitos...
Desnudas,
Apontadas,
Ponteagudas!
Ventos agitados
Rodopiam poeira,
Fumaças,
Folhas,
Carcaças...
À beira,
No meio,
Às márgens das estradas!
Lavouras...carcomidas,
Adormecidas em palhadas!
Bichos, pássaros dezassossegados,
Falta a água, alimento...
O sustento resguardado.
Do gado magrela,
Vê-se as costelas,
N'uma cara minguada.
O humano respirar,
Desumano se faz...
Ofegante,
Cansado,
Doído,
Magoado!
Martirizado,
Melancólico,
Afogueado!
Desesperado ...
Queimadas!!!
Há um que de nostalgia,
Do sabor da alegria...
Perdida.
A onde ?
Adonde?
O brilho da vida se esconde?
O calor desveste o manto molhado,
O rosto suado,sem um véu serenado...
Expiação!
Vésperas de extrema unção!
Aguardando ...
Chuvas de verâo...em vão!
Ainda virão!...
Desgosto de Agosto...
Negra estação..
...antes da Primavera!!!
Sofrida espera.
. . . Renovação ! ! !