Perdoe

Perdoe o cheiro do mato

O tom azul do sanhaço

A flor no leito do rio

Perdoe a onça no cio.

Perdoe o dourado do mico leão

E o voar do azulão

O pôr-do-sol e as estrelas

Perdoe a grama rasteira.

Perdoe o gado e a mata

O serenar da cascata

O céu azul e as palmeiras

Perdoe a cobra e a presa.

Perdoe o cantar da araponga

O mar, as praias e as ondas

O entardecer e a noite

Perdoe o inhambú que se esconde.

Perdoe a cor do canário

O rio, os peixes e os lagos

O vento a chuva e o frio

Perdoe o pardal no seu fio.

Perdoe o tigre por matar

E o seu cão por ladrar

O bem-te-vi e as garças

Perdoe os pombos nas praças.

Perdoe o condor por planar

E o gavião por caçar

Enfim, perdoe a mãe natureza

Por ter parido a beleza.

O Palhaço e o Poeta
Enviado por O Palhaço e o Poeta em 30/07/2012
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