Obscuridade
No profundo, na floresta
Negras jazem, pontudas, esbeltas.
Quietas, intrépidas
Árvores, negras setas.
Pontuam os dois mundos,
Entre o sonho e o realístico
Entre o lógico e o místico
Entre a noite e a manhã.
Se quiserem me achar,
Chamem-na.
Se quiserem me ouvir
Ouçam-na.
A floresta traduz os meus medos,
Dá conforto as minhas solidões.
Ela traça caminhos longínquos
Entre as escuridões.
Minha dúvida, minha dor
Se encerra num torpor.
Essas negras árvores velhas...
Epitáfios quando eu me for.