Nossas águas.

A folha que desliza rio abaixo.
Que a correnteza carrega com entulhos.
Que se enrosca nas margens preguiçosas.
E descansa junto ao lixo, vaidosa.

Ela faz parte da natureza.
Enfeita as águas quando nela cai.
Mas o lixo atirado pelo homem.
Polui o rio, e a folha com ele vai.

Sente falta das águas límpidas e cristalinas.
Onde as mulheres viam suas imagens.
Onde o caminheiro matava sua sede.
E as crianças se banhavam em suas margens.

A folha segue seu destino pelo rio.
Que no silencio grita sua morte.
Quisera o rio que hoje é imundo.
Mudasse para sempre sua sorte.

Quisera os homens olhassem suas águas.
Com o carinho que olham seus amores.
Em vez de lixo, entulho e podridão.
Jogassem em seu leito lindas flores.





Edamaria
Enviado por Edamaria em 24/07/2012
Reeditado em 25/07/2012
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