GOTAS DE OUTONO

GOTAS DE OUTONO

Quero um cheiro de outono,

E uma pitada desse aroma que vem da terra.

Quero sentir essas folhas secas crepitando sob meus pés!

E deitar-me sobre essas alfombras contemplando a natureza.

Quero parir meus versos numa tarde dessas de outono.

E entre um estalar e outro das folhas que se beijam...

Quero festejar, em minha poesia esses vagidos, esses lamentos,

Esses cochichos das folhas com o vento.

Quero réstias de Sol, imiscuindo-se entre as folhas secas,

Como se fossem pingentes de luz diáfana,

A enfeitar o regaço da terra!

E quando o cair da noite debruçar a Lua sobre as estrelas.

O poeta transbordará do seu peito o grito,

Na poesia que silencia, que alcança!

Albérico Silva