A Velha Paineira

A velha paineira debruça-se sobre a estrada
expondo raízes num barranco em erosão.
Mas não perde seu encanto:
teima em florir todos os anos.
Seus frutos rebentes
parem sementes,
flocos que se camuflam
no mais puro algodão.
Epífitas pendem de seus galhos.
Relação naturalmente mórbida
que devora sua vitalidade
e sensibiliza minha emoção.
Ciente de que, neste jogo,
alguém há de se render,
imploro-te, Natureza Sábia,
permita à paineira sobreviver.
 
Rogoldoni
10 07 2012

 
Rosângela de Souza Goldoni
Enviado por Rosângela de Souza Goldoni em 10/07/2012
Reeditado em 14/02/2015
Código do texto: T3770182
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