Um dia que vi morrer na praia

Nuvens vão se aglomerando

Em trajes negros de algodão

Num céu de melancolia,

Parece que estão de luto

Chorando no fim da tarde

A morte de mais um dia.

E a serra a margem da praia

Antecipa o triste fim,

Traz a noite bem mais cedo,

Talvez por isso o bramido

Do mar louco, enfurecido,

Açoitando o rochedo.

Ouço o som intermitente

De um vento indefinido.

Como alguém a insistir,

Que de repente vai e volta,

Batendo em minha porta,

Pedindo pra eu abrir.

E fico olhando da vidraça,

Na chuva que cai lá fora,

Os lampejos de agonia

De uma luta já perdida,

Dos raios na tentativa

De trazer de volta o dia.

Mas o sol já se escondeu,

Esse dia já morreu,

Já é fato consumado.

Nuvem em choro se desfez,

O breu venceu outra vez,

Se acalma o mar conformado.

GELComposicoes
Enviado por GELComposicoes em 09/07/2012
Reeditado em 16/08/2012
Código do texto: T3769162
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.