Noiva do Silêncio
Brilham as primeiras estrelas do anoitecer,
O sol atrás das colinas esconde-se ressabiado,
A lua beija a atmosfera sobre o mar agitado
Ensinando aos namorados as vertentes do prazer.
O arrebol leva ao êxtase o artesão da poesia
Que inspirado tece sua moldura num painel multicor,
No bailado das nuvens mãos ébrias semeiam uma flor
Em cujo olfato resplandece o aroma de sua fantasia.
Com o crepúsculo as aves do dia buscam o aconchego
E bocas anônimas sussurram indeléveis segredos
Que ficam gravados no éter da noite soturna...
Leve brisa acaricia a paisagem nos campos
Enquanto germinam-se sob a luz dos pirilampos
Doces súplicas pelo conforto salutar da multidão oculta!