Batendo um Papo com a Natureza

Oh, donzela Natureza, eu te pergunto

se tua beleza é o magismo do divino

e me respondes com sua doce voz ventosa:

- Sou próprio Deus manifestado em meus idílios.

Serias tu, oh, natureza, a criadora

ou és criada na vontade interior?

-Sou eu o verbo que fez carne, que fez árvore;

sou a perfeita e imutável lei do amor.

Mão Natureza é masculina ou feminina?

Onde é seu ventre? D’onde vem repleta vida?

-Sou o andrógino que morre e renasce,

que dá a luz e impõe a treva nesse mundo:

minha vontade é meu ventre criador,

a vida em mim está contida em infinito;

jorro sementes e novos mundos eu vomito,

sou a guardiã das verdades e dos mitos...